sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Artigos Educacionais



Crianças - O Adulto de Amanhã
Autor: Jon Talber [1]
Matéria revisada em 15 de Novembro de 2014
Fazer Pensar, isso é Educar
"Para um educador consciente, ensinar não é obrigação, mas, antes disso, um exercício de autoaprendizagem..."

Um pouco de atenção no presente é capaz de transformar uma criança em alguém decente no futuro...
Quando não estamos presentes na educação dos nossos filhos, logo estamos em busca de algum culpado para justificar a razão dos seus comportamentos patológicos. Mas, infelizmente para os pais, não há como justificar que o resto do mundo seja culpado de alguma coisa. Poderão criar as mais elaboradas desculpas, explicações que pareçam lógicas para um espectador alheio aos fatos, ou mesmo alegar falta de tempo, uma vez que trabalham em excesso para prover o sustento da família.

Mas, não há como fugir da realidade, e esta é simples: os pais ou tutores são os verdadeiros responsáveis pela conduta de suas crianças, afinal de contas, estas não vieram ao mundo como cães sem dono.

Se não conseguem ter tempo para cuidar delas, isso faz parte do problema criado por eles mesmos, e não há mais ninguém que seja culpado desse fato. Como podemos exigir do mundo coerência para o modo de pensar e agir dos nossos filhos, se nós mesmos nunca lhes demos isso? Uma criança, criada dentro de um lar atencioso, com pais ou tutores carinhosos, respeitadores, só por obra de um trágico e caprichoso destino, poderá ter uma mente deformada ao crescer.

As tentações do mundo lá fora, seus vícios e manias, existem primeiro dentro de nossas casas, e se manifestam para as crianças através de nossas posturas pessoais. É o modo como lidamos com tudo isso; nossa forma de expressão diante dos nossos filhos que fará toda diferença.

Essa pedagogia involuntária – supondo que os pais não tenham consciência de nada disso – é o fator que irá determinar suas futuras aspirações. E a influência lá de fora servirá apenas de complemento, referência negativa ou positiva, reforço, para os traços já adquiridos. Sendo criados em um ambiente de atenção, cuidados, compreensão e muito diálogo, nada do mundo lá fora tenderá a influenciá-los de forma negativa. Se ainda assim caírem em tentação, mais uma vez, será porque uma correta e qualificada educação preliminar não tiveram dentro de casa.

Não se trata apenas de suprir conforto e lastro material, mas antes disso, de prover atenção e respeito, afinal de contas, trata-se dos nossos filhos, uma herança que deixaremos para o mundo, uma contribuição negativa ou positiva..

Muitas vezes avalia-se o comportamento patológico de jovens que tiveram uma boa vida, com família estruturada e estável, uma boa escolaridade, pais aparentemente justos que lhes supriram com todas as necessidades materiais, e ainda assim, se desgarraram para o mundo dos excessos e delitos, se entregando às drogas ou criminalidade.

A questão é: Como afinal de contas é criado o repertório cognitivo de um jovem? Não o cérebro orgânico, mas o conteúdo que está gravado lá dentro, aquilo que deu forma a sua personalidade? De onde virão as influências que lhe darão o comportamento e a conduta que juntamente com suas idiossincrasias darão forma a sua individualidade? Do mundo lá fora, dos amigos, de sugestões da sociedade, dos costumes? O que afinal de contas influencia esse jovem a ponto de determinar o deverão ou não fazer de suas vidas?

Sabemos que uma criança não nasce com uma personalidade pronta, mas apenas com predisposições inatas, que chamamos de temperamento. Esse atributo pode interferir no seu processo cognitivo, mas nunca determinar todas as suas posturas. Então, só podemos deduzir, pela lógica, que tudo isso ocorre no intervalo entre o período que desce do berço e aquele que vai às ruas. Mas, como essa criança, recém chegada ao mundo, apreende e assimila os caracteres que irão determinar, que irão pontuar, constituir, sua personalidade, seus gostos, seus desejos, suas amarguras, enfim, todo repertório cognitivo que molda o seu caráter?

Pense nisso!