Sem Educação de qualidade, o conceito de pátria é vazio
“Um povo não educado será sempre vítima de um civismo abstrato que, se supostamente unifica o país, no fundo o fragiliza e o torna vulnerável”, afirma Andrea Ramal, doutora em Educação pela PUC-RJ, em artigo publicado nesta quarta-feira (7) no portal G1. De acordo com Ramal, o lema “Brasil, Pátria Educadora”, do novo governo da presidente Dilma Rousseff, evoca uma dimensão afetiva. “Quando a pátria, exaltada na letra do hino nacional, pode ser de fato ‘amada’? Quando podemos desejar que nossos filhos sejam criados nesta terra e não em outra?”, indaga. Segundo a educadora: quando eles podem se orgulhar do país e ter esperança no futuro, construir um projeto pessoal e profissional ancorado num projeto de nação, quando conhecem e valorizam as raízes de seu povo, em toda a sua plural beleza. “Isso não se constrói com medidas econômicas, mas com educação”, assegura. Conforme aponta Ramal, fazer do Brasil uma pátria educadora requer uma mudança de mentalidade. “Não passa simplesmente, como afirmaram os três últimos ministros da educação e também o atual ministro Cid Gomes, por mudar o currículo do ensino médio. Nem requer apenas oferecer mais vagas em creches, submeter os professores a avaliações periódicas ou ampliar o ensino em tempo integral, como anunciou Cid Gomes em recente entrevista”, pontua. Ser uma pátria educadora, de acordo com Ramal, é algo que ultrapassa o que se faz na escola. A educação começa em casa, nos exemplos dos pais, mas transcende para a esfera pública. “Implica experimentar, no cotidiano, relações de civilidade, respeito, justiça. E atinge, claro, a dimensão política. Acontece quando há engajamento dos cidadãos, ética nos governantes, transparência no uso dos recursos públicos”.
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