terça-feira, 21 de outubro de 2014

Dicas de Atividades Práticas para Crianças

Uma Atividade Mágica para cultivar o hábito da leitura
Autor: Alberto Silva Filho [1]
Série: Compreendendo a Criança
Ensinar e Aprender Brincando é PossívelNa maioria das vezes, a abordagem mais simples é a mais eficiente.
Criança com Livro
E se as crianças pudessem ler para os adultos, o que aconteceria...?
Veja a seguir uma atividade absurdamente simples, mas capaz de despertar no seu filho ou aluno o gosto pela leitura. Nesse caso abordaremos o processo da leitura de livros. Sobre o indiscutível papel dos quadrinhos como potencializador do hábito de leitura, iremos debater em detalhes em outro artigo.

Trata-se de uma atividade que vai ajudar sua criança ou aluno a tomar gosto pela leitura. As dicas se aplicam às crianças entre 4 e 12 anos de idade, com possibilidade de adaptação para faixas etárias maiores.

O primeiro passo é conversar com a criança e descobrir seu gosto literário. Gosto literário significa descobrir com que tipo de assunto, gênero, categoria, ela mais se identifica.

Feito isso, desafie a mesma para leitura. Isto é feito do seguinte modo: Primeiro leia você mesmo um livro, sobre o assunto do qual ela gosta. Deixe que ela veja você lendo. Se fizer isso discretamente, sem prévio aviso, o efeito será ainda mais eficaz. Não tente chamar atenção para o fato de estar lendo, especialmente se você não cultiva o hábito da leitura, uma vez que ela é capaz de perceber o artifício e estragar a tática.

Se o adulto é do tipo que gosta de ler e ela já sabe disso, então pode agir de forma natural. Ao ler o livro, procure demonstrar as emoções que sente a partir do que está lendo. Isto é; ria, faça comentários baixinho como se estivesse falando sozinho. Se mais alguém estiver presente comente com essa pessoa, e assim por diante. Isso vai deixá-la bastante curiosa.

Ao perceber que vocês gostam da mesma coisa, ela vai receber uma enorme injeção de ânimo e sua autoconfiança e autoestima ganharão pontos extras. Imagine só, um adulto que têm o mesmo gosto literário que eu – pensará ela.

Agora o segredo: Quando terminar de ler, não lhe ofereça o livrinho. Ao invés disso, coloque-o em lugar visível. Depois converse com ela sobre outros assuntos, e finalmente sobre histórias do tema que ela prefere. Só então comente sobre o que acabou de ler.

Como isso é feito por partes, a pressa pode estragar tudo. Assim, em outra ocasião, diga que comprou um livro para ela ver. Enfatize, deixe claro, que se trata de uma obra especial.

Importante: Em momento algum a obrigue a ler. Dê-lhe o livrinho e pronto. Pode ser que num primeiro contato ela apenas vá folhear as páginas para explorar o terreno onde vai pisar.

Eis algumas observações importantes. Isso é o que vai determinar o sucesso ou o fracasso do seu plano. Veja bem, não é "aquilo que pode determinar", é "o que vai determinar".

Toda criança, com raras exceções, gosta de livrinhos com:
  • Ilustrações bem feitas. Tem que ser desenhos ou ilustrações. Elas acham fotografias deprimentes e sóbrias demais para seu mundo. Pode até ser uma fuga da realidade, mas é assim, e nesse momento não adianta tentar entender o motivo. Saiba apenas que fotos, para elas, são menos interessantes que as ilustrações.
  • Os desenhos ou ilustrações devem refletir claramente o que está no texto. Isso serve para que ela seja capaz de associar a escrita com a ideia por trás do contexto, e com isso irá tentar criar uma imagem virtual, a cenografia de toda trama. São importantes as ilustrações, uma vez que servirão de sugestão para a criação das associações necessárias à construção desse cenário. Sozinha ela ainda é incapaz de fazer isso, uma vez que seu cérebro está na fase de construção das associações de palavras com imagens, coisa natural devido a sua pouca experiência de vida.
  • Folhas com pouco texto.
  • Texto claro, de preferência com palavras que ela já conheça – isso não é obrigatório.
  • Livro com poucas páginas; uma média de 15, para as crianças menores.

Assim, é chegado o momento da ação. De posse do livro, após tê-lo folheado, use então o argumento mágico.
Peça para que ela Leia o Livrinho dela para você!
Ao fazer isso, demonstre que tem total confiança nela – isso se consegue com a entonação certa da voz; tom firme, normal, como se fosse a coisa mais natural do mundo, sem titubear. Diga também que tem interesse no livro. Nesse ponto, toda insegurança comum numa criança, ao oferecer ou compartilhar alguma coisa de sua preferência com os adultos, tende a desaparecer.
Criança com Livro
Uma criança tende a se fortalecer psicologicamente ao sentir-se importante para o adulto...

Durante a leitura, caso deseje, você pode interromper para fazer algum comentário ou questionamento, mas sempre relacionado com a história. Também, antes de começar, diga-lhe que se tiver alguma dúvida sobre o significado das palavras, deve ficar à vontade para perguntar. 

Melhor ainda, use seu bom senso e faça comentários complementares sem que ela peça, ao menos sobre aqueles termos que você julgar mais apropriados, e até como uma forma de enriquecer o texto. É importante que você saiba de uma coisa: Ela só vai lhe fazer perguntas se confiar em você, ou ainda se você tiver lhe dado autorização explícita para fazer isso. Está feito, e então ela está pronta e sem mais nenhuma inibição. 

Finalmente, seja paciente e nunca a corrija. Diga apenas que não entendeu direito algum parágrafo, etc. Nesse caso, você pode até pedir para que faça comentários, de acordo com sua própria compreensão. 

Pode ser que durante a leitura ela baixe um pouco a voz o que é normal. Solicite, de forma cordial, sem ordenar, com muito humor e gentileza, que ela fale um pouco mais alto. Para a criança, isso significa que você está de fato interessado na leitura, e sua motivação aumentará ainda mais. 

Ao perceber que ela está cansada, peça para fazer uma pausa. Os sintomas de cansaço são: mudança constante na posição do corpo, olhares discretos para os lados tentando mudar o foco dos olhos, respiração inquieta, tentativa de deitar no chão, ou sofá, etc. 

Por fim, comente com ela a história que foi lida. É provável que ela não tenha entendido bem o conto, já que apenas crianças maiores conseguem ler para os outros e prestar atenção no que estão lendo ao mesmo tempo. 

Diga que a história foi muito boa, que você gostou, e lhe dê a sugestão de que ela deve ler sempre que estiver com vontade. 

Mesmo que ela não aceite na hora, o que é mais provável, como regra, deixe o livro em local visível e acessível, e incite-a outras vezes para que leia, sem forçar ou exigir. Faça isso em tom de comentário. 

É importante você saber que, ao pedir para fizesse a leitura, além de dar-lhe confiança, delegou uma tarefa de gente grande, e gostou do resultado. Isso a faz se sentir importante. Melhor de tudo, essa é a impressão que ela terá de você a partir desse momento. Isto é, doravante, em sua presença sentir-se-á importante. 

Os efeitos benéficos disso para sua personalidade são definitivos. Assim, a semente do hábito da leitura foi plantada de forma simples, natural, sem as pressões ou conflitos da obrigação; em clima de harmonia, como tudo que é verdadeiro deve ser. 

Um último aviso: Peça que leia para você outras vezes, mas não exagere. Dê-lhe mais livros, valorize e incentive a sugestão dela. Acompanhe-a na hora de comprar ou escolher o livro. Use sua criatividade para usar essa mesma abordagem em sala de aula!

2014
20/10

Malala ilumina o mundo

Em artigo publicado neste domingo (19) no jornal Correio Braziliense, a Ministra de Estado chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, fala sobre o reconhecimento mundial da luta da paquistanesa Malala Youzafsai, de apenas 17 anos, pelo direito das mulheres à educação, ao ganhar o Nobel da Paz. De acordo com a Ministra, tal honraria acontece emblematicamente no mesmo mês em que comemoramos no Brasil o Dia das Crianças e o Dia do Professor. “Ela é a mais jovem vencedora de um Nobel em todos os tempos. Trata-se da primeira vez que a honraria é concedida a uma mulher ainda adolescente, desde a criação do prêmio, em 1901”, aponta. Segundo Menicucci, esse reconhecimento vem na proporção da justeza de sua luta. Dados da ONU assinalam que apenas 23% das meninas pobres das áreas rurais da África Subsaariana – ou seja, menos de um quarto do total delas – completa a educação primária. E, no mundo todo, mais de 1,3 bilhão de mulheres não têm umas simples conta bancária. “O atraso ferozmente reivindicado pelos que negam os direitos das mulheres fere não apenas as mulheres – fere toda a humanidade. É urgente que se vire essa página. Já passou da hora. E uma das maneiras mais eficientes de ela ser virada é por meio da educação – como demonstra a saga de Malala”, afirma Eleonora Menicucci.
 
 
2014
17/10

Um olhar para a cobertura de uma das piores formas de trabalho infantil

A exploração sexual de crianças e adolescentes desafia o mundo da Comunicação Social e do Direito. A jornalista Eulália Camurça uniu a formação nas duas áreas de conhecimento para enfrentar esta questão no capítulo "Infância roubada: reflexões sobre a visibilidade de uma das piores formas de trabalho infantil" publicado no livro Direitos Sociais Contemporâneos, da editora LTr. O capítulo analisa a construção da ideia de infância, a forma como a exploração sexual se constitui uma das piores formas de envolver as crianças no universo do trabalho e a maneira como os meios de comunicação têm contribuído para colocar estas questões na agenda pública. Como parâmetro para fazer esta análise, foram utilizados números do monitoramento da ANDI - Comunicação e Direitos, além de relatórios da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

terça-feira, 7 de outubro de 2014

"Só leitura"

Projeto: "Só Leitura".


Nesta sexta-feira, 26/09, aconteceu a grande final do concurso Sóleitura.

Para abrilhantar mais o evento, tivemos a presença do professor da oficina de violão, Hugo Vieira, que deu um show com os alunos da oficina e público presente. 

O evento, este ano, teve o patrocínio das empresas: Aperam BioEnergia, com doação de 06 kits escolares para premiar os vencedores do concurso e Center Barateiro, que fez a doação de uma bicicleta para ser sorteada entre os participantes.

Campeões do turno da manhã

  • Luiany Vitória Coelho – 09 anos
     
  • Leticia Almeida – 12 anos

  • Ana Paula Alves – 13 anos

Campeões do turno da tarde

  • Kiara Valentiny Alves Sena – 07 anos

  • Sabrina Natally Miranda – 10 anos

  • Natanael Augusto de Freitas – 15 anos

Ganhadora da Bicicleta

  • Késia Valeska Alves Sena – 13 anos

O Projeto “Sóleitura” foi criado em 2009, numa iniciativa da oficina “descobrindo a leitura” e da biblioteca Dr. Karl Ludwig Mikulits, com a proposta de ampliar e divulgar a leitura entre os alunos do Centro Social Mali Martin. Os inscritos fazem a leitura dos livros pré-selecionados, por faixa etária, e participam das etapas do projeto que é a soletração de palavras retiradas dos livros lidos. O “Sóleitura” envolve três faixas etárias e o evento acontece no mês de Setembro, nos turnos matutino e vespertino, às sextas-feiras.